Vejo com preocupação a expansão de crédito que está sendo oferecida para as famílias brasileiras a fim de que possam comprar bens duráveis, por exemplo, a isenção do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para carros populares nacionais até 1000 cilindradas acaba por não gerar melhora significativa para o futuro, somente vai impulsionar a indústria automotiva, uma das que mais cresceu ultimamente.
As unidades familiares, em sua maioria, tomam a decisão de se endividar com base no valor da prestação supondo que o cenário econômico atual perdure pelos próximos quatro ou cinco anos, então podemos dizer que se nesse período houver um aumento da taxa de juros ou uma queda no pleno emprego do país há de se acreditar que também haverá aumento no índice de inadimplência. Os automóveis adquiridos estarão desvalorizados, pois ao saírem da concessionária perdem automaticamente em torno de 20% do seu valor, além disso, continuam a requerer manutenção, combustível e pagamento de impostos. Então como ainda continuarão a ser quitadas as prestações desses veículos?
Por esse motivo é que vejo com apreensão esse incentivo ao endividamento, pois o que hoje é possível pagar pode ser que em um período nem tão distante se torne uma dor de cabeça. Só o futuro nos dirá...
